Vem me falar
Qual o teu modo de ser?
Qual é o meu?
É quando me animo
e toco tua pele
ou sempre que te entregas,
mistérios,
as mãos e os beijos
de mordiscar e saciar?
Como agir?
Qual remédio?
Que direções seguir
entre o teu querer e minha inquietação?
Que tapetes esticar para tua vinda?
Minhas pétalas ou a cor dos meus seios?
O que te levanta?
O que me conduz aos teus braços,
que me estenderás,
presa e encarcerada
do que por fim, oferto,
minha flor,
meu acúleo de ferir
e este coração que,
de tanto te amar,
estende-se como lençóis de abraçar.
Qual tua raiva?
Em que fera te fazes de novo,
em que arena devo me arremessar
e fazer surgir tua ira
e deixá-la atarantada,
branda,
de tanto me amar?