POBRE POEMA

Eu queria te escrever um poema,

de rimas ricas onde o amor por tema,

na sutil forma métrica se ajustasse;

que fosse o arauto do esplendor da natureza,

qual mensageiro de celeste realeza,

e todo o bem do mundo retratasse...

Que a saudade se inserida, com certeza,

não fosse um canto de nostálgica tristeza

e nem a fúnebre revolta ressoasse;

mas ao contrário, em melodia harmoniosa,

qual sinfonia alvissareira, auspiciosa,

todo o esplendor da vida emoldurasse...

Que a amargura, essa eterna companheira,

fosse versada como a sombra passageira

e não marcasse com tamanha intensidade...

Que a tristeza de um imenso amor perdido,

soasse em notas de um cantar enternecido

e não vibrasse com as rimas da saudade...

Eu queria te escrever um poema,

de rimas ricas onde o amor por tema,

não me lembrasse a realidade desta dor...

Mas quem sou eu para fazer tal poesia,

se dentro d'alma desde o berço eu já trazia,

toda a amargura da saudade deste amor...

Musica de fundo: Serenade de Schubert

( Obrigado, poetiza MIlla, pela brilhante interação que muito mer honra)

"ARREMEDO DE POESIA

Eu queria brindar, com o teu poema,

A arte de escrever em qualquer tema

Em que o poeta se manifeste.

Eu queria também unir meus versos,

Aos teus, que nada têm de controversos,

Ao contrário, de beleza inconteste.

Pensando, imaginando novo esquema,

Me vi envolvida em novo dilema,

Pois não sei como ao poeta, louvar.

De pobres, tuas rimas não têm nada...

De minha boca sai um obrigada?

Por tão belos versos, compartilhar.

Segue, do coração, pobre poesia

Que te ofereço com alegria

Embora emoldurada pelo medo.

Diante de rimas tão excelentes

Dá um frio na alma assim da gente

Por ser minha poesia, um arremedo!"

(Milla Pereira)

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 13/11/2012
Reeditado em 16/11/2012
Código do texto: T3983730
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