Poema 0391 - Mulher

O tempo é como o amor, são marés que voltam,

o ausente está sempre rondando o peito vazio,

quantos sonhos me provocam a mulher que amo,

sou o amanhã antes que o ontem mostre o sol.

Quero suas luzes de desejos rondando minhas sombras,

os perfumes do seu corpo provocando as vontades,

sons ensurdecedores do ritmo alucinante do prazer,

fazendo a paixão queimar a pele dentro e fora do sexo.

Mulher! Por agora, faça-me único nos seus desejos,

seja meus sonhos de uma noite ou de todas mais,

entregue-se, dome, domine, deixe-se tomar pela paixão,

solte-se para que lhe toque fundo no corpo e na alma.

Separo as mãos do corpo, deixando-as ao longo dos braços,

como se fossem asas paradas em meio à tempestade,

toco sua face, fazendo uma pequena trilha de saliva,

arrasto minha língua, descendo entre os seios até à pelve.

O amor agora é o tempo que provoca nossas vontades,

atravessamos desertos, ventos, luzes, relâmpagos,

a menina encontra a mulher, o homem torna-se amante,

o prazer se resume em minutos à paixão, em morte ou vida.

03/08/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 03/08/2005
Reeditado em 03/08/2005
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