Antídoto

O que me resta, senão declamar vida a fora o meu amor por ti,

Recolher finas membranas que flui cotidianamente do meu afeto

Para nelas escrever em versos o suplício de m'alma.

Nesses versos se um dia o meu bem-querer se debruçar e ler

Saberá que meu amor não é ficção

Que mesmo não conhecendo tuas mazelas,

Ainda assim sou capaz de amar

E que tão longe de ser mera admiração,

É amor genuíno,

É um límpido olho d'agua que surge sem se anunciar

Só os seres do mundo invisível

Sabem as dores e gemidos que regurgitam do meu ignorado âmago

E os hálitos fermentados de minhas entranhas,

Em combustão visceral segue minha matéria,

À espera da decomposição final.

Este amor não é utopia, nem mera fantasia,

É um ser real,

Uma pessoa distinta, com todos os itens que existem em todo indivíduo,

Este, anulado e encarcerado,

Num peito gélido e moribundo,

Que embora em dias modernos,

Pouco a pouco desvanece,

Pois o antídoto para este é tua saliva, é o teu beijo

E a ausência destes é o meu mal.

Mamamuchima
Enviado por Mamamuchima em 17/11/2012
Reeditado em 17/11/2012
Código do texto: T3990435
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