Soneto Impreciso

Soneto Impreciso

Guardarei tua última frase num baú de rosas

e o teu tato vai virar confete

não é por aí, tá bom, não me compete

escutar versos nem fazer prosas

Vou guardar um gosto de amargura

(teu riso sibiliado irá me deprimir)

tanta coisa deveria - já esqueci

...pedra mole em água dura

Vou guardar teus lábios num cetim

enchente ventre delta baixo nilo

anverso de dorso forte e carnudo

Guardarei em ti o que há em mim

e jogarei pro Tempo tudo aquilo

vazio que se tornou aqui aquilo tudo