Amar a poeta !
Amar a poeta,
que doce tortura...
Me ver em seus versos,
que não fez para mim...
Cada linha, cada reticência,
é de mim que falam...
A poeta amou muito,
muito viu, muito viveu...
Ai de mim, que nunca amei, eu !
Amar a poeta,
que doce amargura...
Estar em seus versos,
e não ser sua figura !
Sua história passada
me enche de ciúme,
registrada palavra por palavra,
nas linhas que falam que foi adorada...
Mas isto não é queixume !
Amar a poeta,
que doce tontura !
Iludir-me que agora,
serei sua loucura...