Nua

Tens finos pés, calçados em fechados, finos

Saltos, acompanhados de pernas compridas

Em frágeis meias-calças, eternas guaridas

Da incompostura que uniu nossos destinos.

Por favor, tira tudo, tira! os pequeninos

Pezinhos dos sapatos, e as escondidas

Pernas dessas inúteis meias enxeridas

E abra caminho para muitos desatinos!

Quando vestida és turbilhão, procela em calma,

Mar aberto, recôndito lar de meu fado

Por onde desespera a vontade expedita!

Quando desvestida és ainda mais bonita

Porque teu açucarado peito aveludado,

Leito de mim! parece anunciar-te a alma...

Cirilo
Enviado por Cirilo em 05/03/2007
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