Ele e o mar

Eis-me frente a ti, fitando-te perdida em pensamentos

Amando sua beleza, que de belo, és tão horrendo

Em seus mistérios e além teu manto negro

Em profundezas não te medes, vias além do tempo

Qual minh'alma chama-me, chamo-te louco

Se na calmaria vens suavemente beijar a praia

Em fúria atroz, dela tu, tudo arrasa

Te observo quieta, triste, vislumbrada o pranto

Que derramas em escumas sobre a solitária areia branca

E vens molhar-me os pés, em forma de carícias

Porque sabes, amo-o como tu, a praia também amas

Vendo-te assim, lança-lhe a lua o seu manto prateado

Dando-te azul imenso, como dá o céu ao firmamento

E nada acontecendo, ouço teu esbravejar ao vento

E o uivar insano, de quem morte trás por dentro

E te lanças, furiosamente cruel, em delírios sobre ela

Arrebentando-te entre as pedras, posso ouvir

Os teus gemidos ... não te calas ...

E quando te acalmas, desta fúria insana, que te abrange o peito

Posso contemplar-te junto à ele, voltados para mim serenamente

Vejo então, nos mistérios das suas profundezas e, na luz dos olhos dele

Toda a beleza e todo amor, criados por um Deus Onipotente.

SIDNEYA ROSSI
Enviado por SIDNEYA ROSSI em 08/12/2012
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