ANTES QUE SEJA TARDE
Antes que seja tarde
confesso o amor
que sinto
ou não sinto
por ti.
Não te uso
como um objeto
no qual despejo minhas gotas
de vigor e vida.
Não te guardo
como um baú de ossos,
uma caixa de papelão.
Não te tenho
por alguns minutos e pronto!
Há em mim muito espaço
e tu cabes em cada centímetro
dele.
Não te amo como queres.
Mas não te rejeito
como pensas
entre lágrimas
de autocomiseração.
Deixo minha pele
entre teus dedos.
Deixo a minha boca
para os teus beijos.
Nada exijo,
nada penso em te dar,
além de minha nudez
e carne
e silêncio.
Não se culpe.
Não tenho culpa.
O que posso fazer
se o gosto de teu gozo
é uma epifania
em meu olhar?