O Mestre Dissoluto e a Bacante

As tintas vermelhas,

dos escritos advindos das

mãos do Mestre Dissoluto,

caem rubramente sobre a pele da

Bacante, sequiosa de desejos.

Queres aprisionar a Bacante,

que rouba de Bandeira alguns versos,

nas teias dos teus domínios.

Dominadas seguem, de mãos dadas,

Poetisa e Bacante.

O Mestre Dissoluto diz carregar nas

veias a história vivida com a Bacante.

Que Baco não o ouça, para que o ciúme,

atroz cúmplice dos amantes,

não lhe seja despertado.

O Mestre leva, de Baco,

sua Bacante e,

embrigado na taça do puro desejo,

brinda a paixão aflorada novamente.

Houve um tempo,

e cá ele regressa,

em que a Bacante se

sentia como Ícaro,

aproximando-se do sol.

A Bacante, Ícaro.

O Mestre Dissoluto, o sol.

As asas da Bacante,

certamente, a trairão,

assim como fizeram com Ícaro.

Ela, entretanto, saberá como

cair nos braços do Mestre.

O palco dos prazeres pronto está.

Resta às personagens

colocarem suas máscaras

– a ocasião assim o pede –

para que o espetáculo comece.

As memórias da Bacante,

bem sabe ela, ainda ecoam,

fortemente, no Mestre.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 19/12/2012
Código do texto: T4044433
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