Leve brisa

LEVE BRISA

Você, uma brisa que passou em breves momentos na minha existência, deixando um perfume de paixão no ar.

Nunca soube bem explicar os sentimentos que embalaram nossa relação. Um amor, uma paixão, um carinho especial. Fato é que de você tenho boas lembranças. E isso é bom.

Aqui dentro ficaram resquícios que o tempo tratou de cuidar para não virar uma ferida, mas uma cicatriz leve, quase indelével, imperceptível aos olhos alheios.

Um doce amor de juventude que não soube materializar um algo mais. Não foi falta de tempo, nem de bem querer. Foram os caminhos e descaminhos próprios da existência humana que modificaram nossas rotas.

Mas não me importo se as coisas foram diferentes do sonhado ou do planejado. A juventude é assim mesmo. Sonha-se o impossível e a maturidade torna possível sonhos na medida da nossa capacidade de sonhar.

Caminhos mais longos ou mais curtos. Tanto faz. Certo é que nossos caminhos foram desviados para um bem comum. E a vida quis que fôssemos por outras estradas para perseguir novas etapas de crescimento.

Levo você comigo aonde eu for. Aqui dentro da minha solidão interna que nossa relação deixou. Levo-o como um tesouro guardado a sete chaves dentro de mim. Um tesouro que não me pertence, mas que guardo como um trunfo único porque batalhei enquanto houve motivos e forças para lutar.

E, a me ver, sozinha na busca do que seria de dois, preferi caminhar e buscar novos sonhos. Nada de mal nisso. Querer o que não se tem, amar o que se tem e lembrar com saudade o que um dia foi.

21/12/2012