Súbito estalo

Num instante qualquer deste dia

Algo estranho em meu corpo

Aparece,

É um estalo de que alguma coisa

Estar faltando...

Para completar o sentido de continuar o resto do dia

Vivendo em platônicas alegorias do gostar

A causa se descobre quando ao folhear as páginas do antes e depois

Desse incômodo momento do desejar

No fundo, é uma dor sem ser dor, mas um desprazer por um prazer

E o doído é saber que as horas demorarão passar...

Quando disjuntos estão,

Dois sentimentos de desejos

Que por esta hora

Não podem se encontrar

Já que a as dores pela ausência,

Revelarão sempre que algo estar faltando

É daí que passaremos a sentir e a entender

Que o tempo neste infinito instante de vontades impossíveis

Bem nos coloca o quanto se devem aproveitar

Outros momentos

Que haverão de advir

Assim, uma partida por um dia ou instante qualquer,

Parece mais que é para uma eternidade

Já que nada ajuda o tempo passar como dantes

Passa tão rápido durante quando por perto se estar

Mas o resultado disso tudo

Com certeza,

É saber que, quando um súbito estalo aparece

Nessas condições

É o grande sinal

Que algo forte estar a unir

Dois sentimentos que,

Na caminhada da vida

Somente o tempo

Que se acovarda nesses instantes de congelo,

Mas reforçado pelas saudades

Poderá ser o maior juiz de nossas vidas

Ao demonstrar que estalos fazem partes

Simplesmente do caminhar inicialmente em estradas

Diferentes,

Mas rumo a encontros inevitáveis

A um porto seguro que a vida

Somente estará para confirmar

Que tudo valeu

Para quem bem saber esperar

O que o destino somente amarrará

Os sinais que hoje se faz por piscar

Que o súbito estalo da ausência

Nada mais é senão a revelação da belíssima

Arte de amar...

Sebastiao Uchoa
Enviado por Sebastiao Uchoa em 26/12/2012
Reeditado em 08/01/2015
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