Súbito estalo
Num instante qualquer deste dia
Algo estranho em meu corpo
Aparece,
É um estalo de que alguma coisa
Estar faltando...
Para completar o sentido de continuar o resto do dia
Vivendo em platônicas alegorias do gostar
A causa se descobre quando ao folhear as páginas do antes e depois
Desse incômodo momento do desejar
No fundo, é uma dor sem ser dor, mas um desprazer por um prazer
E o doído é saber que as horas demorarão passar...
Quando disjuntos estão,
Dois sentimentos de desejos
Que por esta hora
Não podem se encontrar
Já que a as dores pela ausência,
Revelarão sempre que algo estar faltando
É daí que passaremos a sentir e a entender
Que o tempo neste infinito instante de vontades impossíveis
Bem nos coloca o quanto se devem aproveitar
Outros momentos
Que haverão de advir
Assim, uma partida por um dia ou instante qualquer,
Parece mais que é para uma eternidade
Já que nada ajuda o tempo passar como dantes
Passa tão rápido durante quando por perto se estar
Mas o resultado disso tudo
Com certeza,
É saber que, quando um súbito estalo aparece
Nessas condições
É o grande sinal
Que algo forte estar a unir
Dois sentimentos que,
Na caminhada da vida
Somente o tempo
Que se acovarda nesses instantes de congelo,
Mas reforçado pelas saudades
Poderá ser o maior juiz de nossas vidas
Ao demonstrar que estalos fazem partes
Simplesmente do caminhar inicialmente em estradas
Diferentes,
Mas rumo a encontros inevitáveis
A um porto seguro que a vida
Somente estará para confirmar
Que tudo valeu
Para quem bem saber esperar
O que o destino somente amarrará
Os sinais que hoje se faz por piscar
Que o súbito estalo da ausência
Nada mais é senão a revelação da belíssima
Arte de amar...