Ave Passageira
Ave passageira...
Bate as portas ave passageira
Pousa em teus galhos de solidão
A estada é curta
A jornada é longa, liberdade expressa.
Sem pressa vai ave passageira.
Traz saudade dos amores de verão.
Sob olhares, da ilusão.
No simples vôo imenso céu
No cair de folhas mortas o amor se arrasta pelos prados.
Aos brados vai, aos prantos cai.
Bate as portas ave passageira, anunciando a primavera.
Vaidade perdida em quintais de quimera.
Insanidade de passantes perdidos em avenidas deixadas pelos homens de igual teor.
Desconectada forma de sentir que não se pode mensurar pela abstração natural do seu sentido.
Galho partido.
Homem ferido
Grão semeado em terra estéril
Desilusão efêmera.
Lua prateada sem sentido sentida aos olhos daqueles que a ama.
Quando na palma da mão pulsa o coração extremidade da paixão
que vai levando tudo daquilo que não existira deixando o rastro pelo vento
Escuridão da noite, caudalosa água de rio esquecido adormecido em seu caminho.
Criança levada pela inocência de existir,
Ignorado viver!
Liberdade viva
Sonhos mortos,
Águas em quedas precipício de sedução
Mar revolto, redemoinho furacão.
Suplicio á alma braços abraços da desilusão.
Bate as portas ave passageira que a terra há de acolher.
Pousa em teu galho que a tarde desfalece.
Míngua meu coração junto à lua que não é tua nem nossa.
Desfragmenta meu querer insólito.
Sacramentando a agonia do viver num único aceno.
Sem lágrimas, padecer!
Amantino Silva 27/07/2012