Abstratismo

Em cada gesto sutil,

nos olhares discretos, escondidos,

nas mensagens fora de hora

que dizem sobre ínfimos pensamentos aleatórios desconexos às vezes,

os amplexos demorados,

enquanto o coração está sôfrego anelando o galarim do aperto [pregresso;

em cada movimento dos meus dedos

(a caneta esferográfica em meu punho)

no papel amarelado em minha frente

e o meu coração jorrando sentimento...

Impávido poeta Pereira peregrino

procurando a paixão na pequena...

Eu falo de saudade

como se ela fosse a minha irmã;

eu falo da esperança

como se ela fosse a minha mãe;

eu falo do amor

como se ele fosse o entendedor

de todas as coisas...

Aí a labuta me chama!

As pessoas visualizam uma parte de mim

que demonstra ser o meu eu.

Pareço dissimulado? Eu sou!

Escondo este sentimento de todos com todas as minhas forças.

Mas, sei que é tolice,

pois cada movimento do bailarino é preciso,

cada lufada de vento a pétala cai

e no seu vaivém a perfeição se faz presente:

meu eu amigo clama para o seu coração

e ele diz que ama, que ama, que ama e que ama.

Ponto.

Ama muito!

As noitadas pensando em você;

os versos que falam de flores - elas são você;

as poesias que falam de anjos - eles são você;

as canções que ouço para me lembrar com mais vigor;

os caminhos percorridos,

perfumes,

roupas,

as estrelas da noite escura,

as luzes coloridas da cidade assim como os monumentos...

Tudo!

Percebe?

Estão em todos os meus gestos sutis que dizem:

Eu a amo!

O modo como me expresso,

a forma com que tento ajudar,

as lágrimas derramadas as escondidas para protegê-la,

meu arcano doente, guardado a sete chaves,

sai, pelo menos as pessoas sensíveis o sente,

revela que eu lhe amo com toda a minha alma,

com toda a minha força e juventude.

A vida que escorre

dos meus olhos tristes,

o pranto soturno,

poema aleijado,

o abraço no nada

e tudo que nega,

querida pequena,

é o meu desespero,

vontade impoluta,

amor infinito,

você, e eu bem sei,

consegue sentir,

então, eu lhe peço,

apenas receba.

Não peço um de volta

só peço: receba.

Não negue este amor,

não perca as lembranças

que fomos crianças,

adultos demais,

que fomos amantes

na rua, no baile,

de noite, na cama,

em muitos lugares...

Não perca, pequena.

Não perca, pequena.

Não perca, pequena!

Porque a minha vida gira em torno

deste amor desacreditado por todos,

mas que somente eu sinto

e que diz no tudo e no nada,

bramando ou em silêncio

que meu coração é somente seu.

16/01/2013 9h25

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 16/01/2013
Reeditado em 10/08/2013
Código do texto: T4087552
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