Minha verdade

Minha verdade

O dia é árduo e longo quando solitário.

É um tormento ter-te no pensamento por todo o tempo.

Não ter com quem dividir o riso, a palavra, a fumaça.

Olhar as mãos tão vazias coração de cheio de dúvidas.

Quando rompe a noite, tenho-te por algum tempo.

Como ave noturna vai, segue teu voo, pensamentos ao léu.

No peito o sonho, nas asas a esperança.

Em meu coração palavras, sutis lembranças.

É doloroso um caminhar sozinho esquecido, sem sentido.

Ter a ilusão como uma luz tênue.

No jardim a rosa e a solidão do espinho.

Simplicidade das flores, vida em descaminho.

Caminhos que se cruzam e se apartam.

Barcos ao mar partem podem não mais voltar.

Há de sentir saudades eu sei

Há de lembrar-se do amor que a ti dediquei.

Dos erros que cometi, dos sonhos que contigo sonhei.

Há de rir, de gritar, de ficar em silencio vendo.

Há de ver a chuva cair, lavando a alma.

Acalentando corações.

Recordações, saudades paixões.

Hei de chorar um pranto que nem sei.

Hei de cantar pelo amor que perdi

Hei de gritar pelos abraços não recebidos

Pelos beijos perdidos

Pelas canções da lua no deserto das ruas.

Pelas mãos que não foram dadas.

Pelo deserto que ficou na minha alma, ávida de sede.

Hei de cantar

Hei de chorar

Hei de viver amando-te cada dia.

Hei de sonhar contigo no voo na fantasia.

Amando-te deixarei essa lida um dia.

Amantino Silva 04/12/2012