A DOÇURA DO TEU OLHAR
Talvez você possa me perdoar
Pois te sinto em mim
As Sombras me perseguem
Já que os meus olhos encontraram os teus
E nesse instante as estrelas fugiram do Céu
E pousaram sob o encanto de tua magia
E nesse instante as águas dos Mares se calaram
A Terra estremeceu
E num segundo parou de girar
A Lua Minguante perdeu-se entre as nuvens
As Sombras então se evadiram
De sob meus pés
O relógio esqueceu-se das horas
E as horas esqueceram-se do tempo
Que se reduziu a um instante qualquer
Todos os olhares se turvaram
Todas as estrelas rutilaram
Todas as brisas se esqueceram de existir
E o orvalho da Manhã
Desceu sobre minha face trêmula.
Eu chorei. Você sorriu.
E então me esqueci que eras
De um lugar estranho e desconhecido
Ausente, distante em si mesma
E que eu não te conhecia (dizias!)
Mas... Afligiam-me os teus olhos
Os teus olhares doces e intensos
Por isso tudo,
Talvez você possa me perdoar
Quando a Aurora esquecer-se da Noite
E a Manhã olvidar-se do alvorecer
Quando os Girassóis lembrarem-se
Do Meio-Dia
E o Meio-Dia sorrir ao entardecer
E tudo se sintetizar num Sol solitário
Num Crepúsculo
Num último Raio de Luz
Quando a força do Ocaso abranger
Meu instante de Loucura
As árvores florescerem e as flores germinarem
Quando a Chuva cair e eu estiver sozinho
E da janela observar os pássaros
Aquiescendo-se num cantinho acolhedor
E estando entre muitos, apenas lembrar de você
Quando como nesse instante, agora
Em que te sinto em mim
E percebo seu sorriso dizendo tantas coisas
Então já não sei se estou indo ou vindo
Se é Noite ou Dia, onde estou
Quem sabe se eu me perdesse de vez
E meus lábios silenciosos
Parassem de dizer: “Eu te amo”?
Ah! Eu andava pela Vida
Quando meus olhos encontraram
A doçura do teu olhar
Por isso mesmo
Tudo o que gostaria
Era que fosses efêmera num instante perpétuo
E que assim sendo...
Pudesse me perdoar