Dizeres intímos

É enlouquecedor esperar a chegada,

Quando ela não vem de mim...

As horas são projéteis a alvejar minh’alma

Que cambaleando caminha sem sim...

E ao sentir o olhar do rei Sol, eu, sem forças,

Ergo o que ainda resta da minha vida,

E as lágrimas solares, molham as minhas,

Que talham meu rosto, antes vida, agora tristeza!

E enlouqueço com a dor das incertezas...

O amor que foi e levou todos os meus ais!

Deixando nas entrelinhas do vento, um talvez,

Uma possível chegada!

É enlouquecedor acreditar na chegada sem volta

É morrer a cada crepúsculo; perambular pela noite

Entre os vales da escuridão, pedindo vez para amar!

No caminho da ida e da chegada, tem montanhas,

Vales, planícies, desertos, rios perenes, sol escarlate!

Tem eu, a si esvair sobre os braços da morte,

A balbuciar um último desejo: Amor, deixe-me te ispiar

Antes que a vontade de te olhar me cegue!

Edna Maria Pessoa

Natal-RN, 22 de janeiro de 2013, 08h46min