Inquietude

O que sinto falta em minha vida
tem algo a ver com essa ausência consentida
com o seu jeito fugidio de ser


Quem mandou eu ser assim:
solta, desenvolta nas questões do querer?


E o amor chegou de mansinho,
me fazendo um doce carinho
no seu olhar de (quase) cinquenta tons de cinza

Fui me banhando nessa luz indefinida,
me sentindo deliciosamente amada,
mas as algemas, os grilhões não existiram

Agora me bate um remorso
por nada ter cobrado,
por não acorrentá-lo ao meu lado.


Ah, essa saudade que antes não sentia,
esse princípio de agonia
não estava no script não!

A gente se via, ria, se enternecia,
avolúpia acontecia,
a pele, a nossa pele,
uma só quentura de amor.

Mas você partia
e voltava sempre.

Hoje quero ser mais possessiva,
pois ela, a saudade, virou alcoviteira,
me faz ficar pensativa,
tirou-me o sossego de antes,
já não me deixa só esperar pelo encontro.

Aquela compreensão de ontem?
Esqueça!

Meus lábios sussurram: venha, amor da minha vida,
Quero ser sua querida
todas as horas do dia,
dispenso a nostalgia
de contar as horas para vê-lo.

Quando os olhos não veem o que o desejo quer ao alcance da mão
vem a solidão e...ó!
crava as unhas afiadas no coração da gente
e o sangue aflora indefinidamente



Ah, essa fragilidade repentina,
esses devaneios inconsequentes,
essa possessão que nos domina em algum momento...

Coisas de sentimento?
Quem disse que o amor é coerente e bem comportado?

A gente tenta....

amarilia
Enviado por amarilia em 24/01/2013
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