31 DE JANEIRO

um rendilhado.

um tecido leve, ou outro,

sempre lindo

bordado talvez.

uma estampa,

muitos elefantes

que não incomodam ninguém.

um colete, uma saia,

alguém que me tem.

uma manga,

uma baia.

dois porquês, um porém

uma casca tão doce

quanta polpa.

duas cores, dez, uma!

nenhuma roupa:

rubor e beleza.

e me diz que lhe faça

o que der na telha!

é paraíso, Graça,

de chamas vermelhas.

uma preguiça...

algo a que se desfrute

tem pequenos pedacinhos

da fruta daquele iogurte.

a delicadeza, escultura de luz

um toque de pele

um quê que seduz...

Uma coisa qualquer

a passar na televisão

pros meus olhos mentirosos

fingirem prestar atenção.