DESPROMESSA...

Desprometo, que quando me pedires para ir embora, eu irei...

Que nunca te direi que te amo, nunca!

Que em todos os amanheceres dos dias da minha vida,

te esquecerei...

Que na primavera não sentirei teu cheiro;

no outono, de tua Pele, não lembrarei;

no inverno, meu corpo não pedirá o teu;

no verão, não desejarei o calor dos beijos teus em mim.

Que não serei uma mulher...

como ontem, hoje e sempre, apaixonada.

Que nunca te sussurrarei: tu és o homem da minha vida!

Que a cada novo amanhecer

não deixarei a saudade me sussurrar o quanto és falta...!

Que as lágrimas nunca molharam o meu rosto

pela dor da ausência tua.

Que serei forte feito diamante, diante do nada, de nós dois...

Que não gritarei com o sol escarlate, com a chuva da tempestade,

Com os relâmpagos do vendaval, com os trovões da minha saudade...

Que não procurarei em outros rostos por você.

Que não ficarei a perambular pelas as paisagens,

antes virgens, hoje tão nossa, a procura de nós dois!

Que em cada canto da paisagem não o verei...

E que não morrerei de sede a beira do lago, a espera da tua água!

Que não serei como o Assum Preto, que continua a cantar,

mesmo sem ver mais, a beleza do arco-íris!

Nunca! Antes do orvalhar das pétalas! Sempre!

Edna Maria Pessoa

Natal-RN, 26 de janeiro de 2013, 20hs30min