Seio de Lágrima

Em Seio de Lágrima...

a lua é majestosa , e nunca solitária.

Em meu céu ela vinha dançar:

Levando em seus movimentos,

meus suspiros de saudades, minhas lágrimas!

Lá, o sol surge magnífico! Encantando

e dando visão aos cegos de coração.

Aos amantes, êxtases! A mim, solidão!

E o mar, sussurra em muitas línguas:

tupi-guarani, francês, português...

Deixando-me na agonia da surdez...!

Perdida, entre a escuridão do olhar

que já não enxerga o fulgor do dia no amanhecer;

Minh’alma sem pele, sangra a perda de sua alma,

em uma rua sem nome de Seio de Lágrima;

Onde seus pés nunca pisaram

e seu corpo nunca presença,

mas a minh’alma a sua alma lá deixou,

E o seu corpo, o meu corpo lá esqueceu...

Oh! Uma prece para mim eu farei...

Oh, Amanacy, traz-me Amandy!

Deixe-a me levar para onde o sol se desfaz...!

Trazendo junto com ela as lágrimas,

que de minhas fontes secas,

já não vertem mais...!

Edna Maria Pessoa.

Natal-RN, domingo, 03 de fevereiro de 2013, 15h54min