Peregrino!

Peregrino!

Quando meu coração sangrava,

Foste tu quem cicatrizou a chaga.

Quando minha visão se tornou turva

me destes a clareza que precisava.

Quando imaginei tudo perdido,

me mostrastes que nada havia começado ainda,

que tudo estava por vir.

Quando as portas me foram fechadas,

abriste tua morada

para que eu pudesse descansar meu corpo esquálido

e sedento de saberes.

Quando todos me viraram o rosto,

estendeste-me a mão pra que não caísse

no mar de lamas que havia no meu caminho.

Quando todos me chamavam de escroque,

paraste diante de mim

e me deste o aconchego da tua sombra,

mesmo sabendo que poderia cair em desgraça.

Quando o mal assombrava minha alma,

alimentaste meu corpo para que meu espírito pudesse

manter de pé às batalha que a vida oferecia.

Quando me vi são, parti.

Deixei-te ao longo do caminho sob a sombra da árvore da vida.

Seu nome sequer perguntei, segui minha jornada.

Quando voltei nada mais havia, a árvore havia secado.

Num galho já sem vida um lenço rasgado acenava:

A esperança jamais morre!

O amor padece...

Felicidade aos poucos esquece.

Para meu amor quando se cansar

limpar o suor que em seu rosto desce.

Que seu retorno não seja tardio,

minha alma em pranto perece...

Amantino Silva GO: 12/04/2009