Doce fascínio

Vou deixar de ser romântico, já me sinto um chato

Com laço ao amor total. Vou deixar de fazer poesia

Com as coisas do dia-a-dia; sinto que ser

Poeta é um jeito de tentar sair da solidão,

Deliciar a beleza da vida, da aguerrida sensação na busca

Da felicidade total; amar sem ser amado, ser apaixonado

De modo fraterno, os alvéolos abrindo desde menino,

Permitindo o amor fluir apaixonadamente apaixonado

Para vida seguir seu rumo normal.

Primeiro nasci, depois cresci e estudei, arrumei um emprego

E o patrão sem piedade me andou embora,

Fui à praça negociar bugigangas, vendi tomate, vendi manga

Alimentei o vagabundo, que por nada neste mundo deveria existir,

Falei a verdade, mas também menti, menti pra mim mesmo

Ao dizer que te amaria eternamente... Da emoção nasceram as lagrimas,

Sem que o corpo estivesse doente, mas sobrevivo triste ou contente,

Ultrapassando barreiras, falando besteiras ao teu julgamento.

Linda prole eu construí, com certo esforço, mas eu era ainda moço

E tudo podia enfrentar. Eta vida besta, meu Deus! Por que disto tinha que Ti falar? Perdoa essa minha emoção, que de certa forma é verdadeira,

Porque sou parte de um todo, vivo a verdade dos amores escondidos,

Sou a emoção das andorinhas, que mesmo voando sozinhas têm sede de Verão e olhando para o infinito pode ver apenas o chão do amor fraterno

Que alimenta o coração.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 15/03/2007
Reeditado em 15/03/2007
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