Doce fascínio
Vou deixar de ser romântico, já me sinto um chato
Com laço ao amor total. Vou deixar de fazer poesia
Com as coisas do dia-a-dia; sinto que ser
Poeta é um jeito de tentar sair da solidão,
Deliciar a beleza da vida, da aguerrida sensação na busca
Da felicidade total; amar sem ser amado, ser apaixonado
De modo fraterno, os alvéolos abrindo desde menino,
Permitindo o amor fluir apaixonadamente apaixonado
Para vida seguir seu rumo normal.
Primeiro nasci, depois cresci e estudei, arrumei um emprego
E o patrão sem piedade me andou embora,
Fui à praça negociar bugigangas, vendi tomate, vendi manga
Alimentei o vagabundo, que por nada neste mundo deveria existir,
Falei a verdade, mas também menti, menti pra mim mesmo
Ao dizer que te amaria eternamente... Da emoção nasceram as lagrimas,
Sem que o corpo estivesse doente, mas sobrevivo triste ou contente,
Ultrapassando barreiras, falando besteiras ao teu julgamento.
Linda prole eu construí, com certo esforço, mas eu era ainda moço
E tudo podia enfrentar. Eta vida besta, meu Deus! Por que disto tinha que Ti falar? Perdoa essa minha emoção, que de certa forma é verdadeira,
Porque sou parte de um todo, vivo a verdade dos amores escondidos,
Sou a emoção das andorinhas, que mesmo voando sozinhas têm sede de Verão e olhando para o infinito pode ver apenas o chão do amor fraterno
Que alimenta o coração.