CÂNTICO A ELAS

A DECLARAÇÃO
Brotai flores nos teus pés
fazei dos passos aromas diversos
rimando em poesia as cores.
Deixai assim perfume sobre o chão
para que a alegria caminhe num colorido sem fim
e eu possa encontrar a paz, lá onde jaz um amor eterno
aonde muito menos no inverno o frio não se encontra.

Beijai as árvores com teu "gosto dilúvio"
alimentai com ternura o campo
para que a relva renasça esplendor
com teu íntimo criador
que é feito para ser assim
daquelas que fazem nascer amor.

O POEMA

Brotai flores nos teus pés
deixai perfume teus passos
para que eu siga sorrindo
sem que me canse.

São marcas sem tempo e razão
porque amor não tem cor
onde dúvida e rancor
não são coisas do coração
que se corresponde a alma do outro.

Caminha suave não há nada
pois as cores vão surgindo
onde as folhas caem
no andar que descreve os sons da natureza
numa fina sutileza
que flutua no ar.

O vento traz o aroma
a pele é volátil
mergulha no rio
deixa banhar-me de ti
quando por ele passar
como se beijando estivesse
num abraço infinito
com a superfície cor do luar.

No caminho sorvo teu suor
são lágrimas de sabor
porque nada é doce!
"não vou magoar"
a força é rude
o que quebra tem força
o que você quer que mude!

O ar molha a manhã
faz me sentir vivo
para entender o que morre
e desproteger-se da sorte
pois, ilusões não aceito
eu aproveito-me das coisas que alimentam
"todas as coisas que entendam".

Encontrei vestígios
pequenas pétalas de jasmim
aroma silvestre
que pinta a alma
o tom de pele da Laura
Num mar de petûnias
tão delicadas , tão óbvias
o mesmo encanto de Júlia.

Viver um sonho
é acordar do real
o mesmo real
que outrora não existia
que guerras tanto fazia
que acabou sendo real
e o amor ficou vestido
de moral.

Não me proíbo
Não me permito
Não quero esta sina!
O "não" é uma palavra vazia
pois a retidão é temporária
tudo que ama desenvolve
tudo que é alegre "resolve".

Minha perseverança
nasce em olhos castanhos
da cor do mel silvestre
da energia pura do ser
que se tratando da mulher
se sabe da esperança
da noite que que dorme
e acorda criança.

Nem sempre a razão fala
a mente , mente quando não cala
quando não apenas sente
o inverno sorridente
de manhãs ou da aurora.

Mas eu possuo
um recuo de milhas
estudando o tempo
as vezes não entendendo o tempo
"porque não conheço nada que não acontece"!
Pois o "todo" desaparece
na chuva dos anos
menos o amor que cresce
por aquelas que amo.