Elo quebrado.

Elo quebrado.

Sinto tanto meu amor!

Sinto tanto

Palavras mal ditas

Felicidade plena à infelicidade ingênua tácita no gesto.

Elos quebrados rudeza da indelicadeza.

Sinto tanto meu amor, pelo amor que tenho por ti.

Por não saber o que fazer dele em seu esplendor maior

Na pureza da rosa gesto de dor, espinho cravado na carne.

É como ter a vida e na vida nódoa sem cor.

Sinto meu amor que assim seja

E no ensejo que rompe, laços se partam, cortinas se rasguem.

Sinto tanto meu amor!

Sinto tanto.

Não dá pra mensurar, não há como explicar quando a lágrima brota.

É nó que não desata chaga que não cura.

É dor que não mata, sufoca dilacera no dia uma longa espera.

O abraço uma palavra, um carinho, pássaro no ninho.

Nuvem de verão.

Dobram os sinos dobram os joelhos, pés desnudos espinhos ao chão.

Sinto tanto meu amor!

Sinto tanto.

Se a lua rasga o véu da noite.

Clareia-se alma embriagada pelo beijo negado

Pelo riso pelo pranto.

Na solidão do quarto, palavras se perdem sem abraços.

Soluços escorregam à fresta da porta esgueirando na penumbra desconfortando o silencio tênue.

Sinto tanto meu amor!

Sinto tanto.

Se a vulgaridade do gesto se abraça a ignorância das massas, do macho.

Não sendo igual, mas semelhante inconscientemente.

Amantino Silva 19/11/2012