A mulher e os caracóis

A mulher,

de lugar nenhum

ceifa impune

nas linhas das águas.

Caracóis

nos cabelos de vento

do mar em ondas.

Tinge de vermelho

e rasga

a lâmina afiada:

pele e desejo.

Nas curvas,

sombras e minúcias.

A mulher

perigosa e louca

se veste de açucenas.

O corpo

perfuma a alma

e perfura

as rasuras.

Passeia,

vagueia nos próprios rastros.

Rasto

ao Deus dará!

Mulher,

ninfa,

menina

colhe caracóis na praia.

Inocente.

recolhe lágrimas

na chuva.

Meia lua.

De mini-saia.

De branco e preto.

Feiticeira.

Na ausência de pressa

se põe a cantar.

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 16/03/2007
Reeditado em 16/03/2007
Código do texto: T414609
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