A mortal e o anjo
Todos só viam beleza
No corpo daquela menina, aquela mulher.
Ela tinha apenas uma certeza,
Como pessoa ninguém a quer.
De tanto lhe derramarem lágrimas,
Não acreditava mais em amor.
Matou seus príncipes, contos de fadas,
Tentando dessa forma evitar a dor.
Cresceu uma mulher com segurança,
Para ela romances não existiam, viciou-se em estudar.
Passava noites sozinhas, chorando feito criança,
Lembrava da promessa de nunca se apaixonar.
O véu que a protegia tirou,
Alguém se aproximou, a fez sorrir.
Porém de tantas lágrimas que já derramou,
Sem perceber seu anjo da guarda acabou de ferir.
Suas desculpas de nada adiantariam,
As asas do anjo se encontravam partidas.
Alguns pedaços em suas mãos restavam,
A tristeza lhe lembrava as próprias feridas.
O anjo nos olhos a olhava,
Lágrimas sobre sua face agora escorria.
Um sorriso pelos lábios transpassava,
Agora sabia que dele ela gostava,
E jamais a abandonaria.