Teclas abertas

Abre as tuas mãos, brancas ou negras teclas

de um piano.

Deixa que libertas, as notas

se elevem,

Sejam hoje e sempre, esvoaçantes

Gaivotas

ou divinas Andorinhas

a sulcar o brilho do choque.

Milhões de átomos.

Sílica, poeiras delicadas,

Cósmicas areias.

Sopra p´la amena vara

sobre o olhar modelado,

boquiaberto, de uma Fada menina,

no engenho, no fogo efervescente

tal como se molda a arte transparente

do vidro fino.

Abre as tuas mãos e solta,

ameno, grão a grão, bago a bago

na forma primordial de mimos, afagos,

o carinho das palavras que travas no plátano,

na língua e na boca.

Solta ...

Mel de Carvalho
Enviado por Mel de Carvalho em 17/03/2007
Código do texto: T415667
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