Cobertor da Saudade

Na madrugada que se passava lentamente vi

os relógios congelados parados sob as águas

que sob minha face desaguavam como jorro

sob minhas mãos que se afavam sob meus

olhos tentando conter essa colossal emoção.

Não era possível reverter tal situação, o

transbordo vinha de dentro, era como arteria

rompida que me banhava de tristeza, saudade

e solidão.

Entre as paredes escuras e o brilho da lua

que se desenhava na janela, tentava ver

teus olhos refletidos sob o mar que se

formava vagamente diferente das nossas

lembranças que a toda momento veem

me encontra.

Teu brilho é lampejo divino e não a causa de

minha abnegação e tristeza.

Arthur Luz
Enviado por Arthur Luz em 25/02/2013
Reeditado em 18/03/2013
Código do texto: T4159707
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