E quando morre...
...restam as noites insones,
os olhos inchados,
os lençóis de lágrimas lavados,
as palavras sem significados,
gritos roucos silenciados,
lamentos camuflados...
A velha melodia,
o espaço na poesia,
as longas horas do dia,
o consolo na boemia...
A busca sem sentido
do amor perdido
no poente obscurecido,
do porquê indefinido...
O lugar desocupado,
o abajur pouco iluminado,
o som descompassado,
o tapete desgastado...
O vaso cuja flor secou
esquecida de quem mandou,
o perfume que restou
na camisa que embolorou...
Talvez exista o amor que não morreu,
mas não foi o meu e nem o teu.
SP, 29/02/2004
24:00 horas