Roubo

Roubei um beijo um dia

Mas à noite eu não dormia

No outro dia cedo, fui lá e devolvi

Só que não resisti ao desejo que sentia

E na saída mais um beijo

Que nem eu sabia que roubaria

Quando ninguém via, roubei e sai.

E assim passaram os dias,

Roubava um beijo em um dia

E no outro devolvia

Tinha então sempre a singela

E um tanto ingênua desculpa

De vê-lo por mais um dia.

Com o passar do tempo

Chegou a paixão e a alegria

Os beijos já não eram roubados

Eram trocados na maior simpatia

E sem culpa pelo furto

Melhor ainda me sentia

E quando já não sabia se roubava

Ou se trocava eu os perdi

E fiquei na maior agonia

Já bem dizia minha tia:

‘Menina quando você

Rouba algo acaba o perdendo um dia’

Mas o que minha tia não sabia

É que ninguém me tira

O prazer de reviver

Mesmo que só na minha fantasia

Aqueles doces Momentos de euforia

Mesmo que inocentemente roubados

Ainda posso provar o gosto dos beijos

E sentir o que eu sentia.

Ana Paula Ribeiro
Enviado por Ana Paula Ribeiro em 18/03/2007
Reeditado em 11/04/2007
Código do texto: T416637