A ESPONJA
Beijo amargo este que me envolve,
Enrola o meu corpo, me toma como um todo
Erotismo de um louco, qual são no prazer
Nada, a língua enrola, o que dizer?
Quero mais um pouco, descendo até a toca
Prazeres, eu novo, cogumelos azuis a pestanejar
Festa de cores, sabores, amar de novo, acordar
Cuide da sua vida, óh vigia, quero tudo agora
Não mais tarda a ora de meus sonhos
Lúbrico, paladar seco em rios de sono
As águas estão postas mas custam o preço
Não morremos na praia nem dormimos em sonhar
Somos jovens ainda, como não ter tudo agora?
Numa dose monumental de um prazer olímpico
Estrelas, ninfas ou fadas nas luzes da cidade
Me sinto querido no ópio do novo, de novo o ópio querido
Sem Âncoras nem motivos náuticos, nem luas ou almas
O universo refletido na terra, atmosfera áurea e etérea
O mar negro que abandona aos poucos faz parte de reminiscências
Memórias soltas do tudo, me apego ao que sobra
Resta um corpo, vivo, pulsante, alegre
Resta ainda réstias, projeções inquietas
Resta um mundo caído com as sobras
Cálido, profundo, quieto
Até a morte me abandona, o que dizer dos amigos
Recordo quadros de uma parede branca, todos caídos
Conjuntura do absurdo, alegre devaneio de um mundo abaixo
Profusões e espectro. Das realidades liberto