TEU AMOR

Toco tua mão e o universo é meu cúmplice.

Não para te seduzir...

Sim, para te encantar...

Sinto que meu motor volta a funcionar,

todas as hélices, toda a minha pele,

sinto o toque macio das estrelas,

deixo no chão o homem que fui e voo por sobre o que penso...

Toco teu rosto e a cidade me observa,

madrinha de olhos estatelados.

Não para te vergar...

Sim, para te revoar...

Sinto que nascem-me asas e ganho outra humanidade,

mais leve, livre, apesar dos bolsos, dos livros, das ideias, filosofias...

Olha-me o caramujo como nunca fui visto,

visto-me de areia e me comparo a uma onda

que se deita, oferta do mar...

Beijo-te.

Se souber quem sou, diga-me...

Se souber onde estou,

vinga-me dos pesadelos passados

e com teus lábios ainda mais vermelhos

chama-me de teu amor.