Não te assustes com o meu silêncio

Não te assustes com

o meu silêncio.

Ele é apenas um

momentâneo recolhimento,

um átimo de tempo em

que paro para pensar

somente em ti.

Como hoje, em que

fiquei mergulhada

em mim, saboreando

tuas palavras,

sentido o perfume que deixaste

espalhado pela casa,

degustando o

sabor de teus beijos,

ainda vestígios de tua

última visita.

O céu, pintado de um

azul estonteante,

poucas nuvens, o vento

penetrando nas persianas,

e estas fazendo

sombras dançantes no teto.

(Lembrei que comprei as

persianas antes do nosso

primeiro encontro.)

Hoje elas fizeram penumbras

bailarinas na parede

branca do quarto.

E eu pensava em ti.

O tempo, às vezes, ri

de minhas lembranças,

sobretudo quando elas

desaguam em ti.

E, como disse Bandeira,

“Não te doas do meu silêncio.”

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 02/04/2013
Código do texto: T4220573
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