OPOR O SOL

Já é tarde, o crepúsculo faz as honras,

e a este respeito, nada podemos fazer.

Os olhos e a língua já se revelam escravos

de um desorientado silêncio.

Quero ir em quanto há tempo, tempo

de resguardar um pouco de vida.

Como me é penoso ver este triste fim demolir

tudo o que a esperança edificou em mim.

Cansei-me do sofrimento e de me machucar

trombando atrapalhadamente entre tuas pernas.

Então, assim, despir-me-ei da aflição: farei

do bar, o meu lar; do coração, a minha canção;

do sofrimento, o meu alento; e,

desta paixão, uma fugaz recordação.

Elton Diniz Pacheco
Enviado por Elton Diniz Pacheco em 22/03/2007
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