Vozinha querida

Oh Vó!

Por clemência

nos arranque deste veloz carrossel

desgovernado, vertiginoso

com cabeças de dragões

simulando ilusões de conquistas

entre tesouros ocultados

mas vó,

não nos leva a lugar algum

senão nesta seara de lágrimas

que já atravessastes altaneira

quando a verdadeira felicidade

esta no cheirinho deste bolo

que só voce sabe fazer vovó

Responda-nos vovó,

Por que será que no amor

damos uma de faquir

quando esquecemos possuir

pés & pele

de recém-nascidos?

Vovó,

nos de a honra de contemplar

e nos deleitar

este seu flertar da janela

com o crepúsculo vespertino

entre novelos multicoloridos,

entre lânguidos felinos,

e ouvir o crepitar

na chaleira de ferro

da erva-cidreira da resignação

Mas na conclusão de tudo isso, vovó

corremos arfantes e pressurosos

pra sua casinha centenária

entre pardais e ipês,

entre araucárias e riachos

emoldurada

por baldias azaléias,

gérberas & ciclames

e suas valentes violetas

voltamos assim,

angustiados e palpitantes vovó

para ouvir entre pausas afetuosas

e melifluos conselhos

este seu b- a - ba

de sabedoria & sobrevivência

Sejam muito bem vindos em :)

poesiasegirassois.blogspot.com

Davi Cartes Alves
Enviado por Davi Cartes Alves em 04/04/2013
Código do texto: T4223829
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.