"Até mais"...

Até mais...

Palavras duras, atrevidas

Os estrondos de portas batidas

Foram minando meu coração

Os luares se arrefecendo

E eu sem mais ilusão...

Há muito estou calada

Nem ligo agora pra nada

Estou comigo sozinha

Para mostrar que já passou

Aquele alvoroçar do amor...

Estava passando, eu nem notava

Acabando estava, nem me importava

Porque os escombros deixados

As cinzas que me lançaste

Foi punhal e me mataste...

Foi diluindo, se evaporando

Sem base fica sem pedestal

As imagens sumiram infinitas

As procuras findaram aflitas

Nem se notava o toque final...

Pensando bem foi uma boa

Pois era som que não mais entoa

Com a névoa espessa a mostrar

Que o que se finda e acaba atoa

Não vale mais se recordar...

Do silêncio fez-se a luz

Dos ecos mudos foi me mostrado

A porta fechando, tudo se acabando

Ao mesmo tempo outra se abria

Trazendo alento sem agonia

Era a liberdade que se oferecia...

Portas são nossas janelas

São nossos parapeitos e esperas

São feitas pra se adentrar

Não pra sair e sim pra ficar

São esperanças pro nosso amar...

Silêncio, cala-te voz

Fica muda nesta passagem

Não vês que estou me mudando

Estou livre e me gostando

Indo viver, me libertando...

Myriam Peres

Myriam Peres
Enviado por Myriam Peres em 13/08/2005
Código do texto: T42287