De você, sei quase nada...

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http://geocities.yahoo.com.br/mq_mquiteria3/zecabaleiro-quasenada-unem.mid

... sei que me chegou dentro, foi fundo

bateu de pronto, entre mistérios e cismas

entre o raso e o mais profundo

entre a métrica e um monte de rimas

sei que chegou entre as pernas e molhou

fez agrado de um jeito de endoidar

foi meio que rio que desaguou

meio que mar em ressaca à espraiar

sei que tem umas palavras que me sobem

entram por baixo e atingem o ventre

me engravidam de luas que não somem

nem embaixo do sol mais quente

tem mais umas coisas, um olho que eu fixo

num retrato que eu juntei de nós

numa falta de fé que reza em figa e crucifixo

e num espelho com um demônio sem voz

Sei lá, não sei quase nada, só dessa tangência

dessa força que me atinge e me curva

nuns suores feitos de muita urgência

em loucuras da minha cabeça pensando em luva

chuva

uva

cheiros de hortelã

romã

maçã

dente

quente

serpente

sei lá, sei quase nada, sei só do calor

que me sobe, me desce, me incendeia

- sei que parece com amor -

e que me corre rápido pela veia

Quase nada

(Zeca Baleiro & Alice Ruiz)

De você sei quase nada

Pra onde vai ou porque veio

Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada

No meu caminho

Será um atalho

Ou um desvio

Um rio raso

Um passo em falso

Um prato fundo

Pra toda fome

Que há no mundo

Noite alta que revele

Um passeio pela pele

Dia claro madrugada

De nós dois não sei mais nada

De você sei quase nada

Pra onde vai ou porque veio

Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada

No meu caminho

Será um atalho

Ou um desvio

Um rio raso

Um passo em falso

Um prato fundo

Pra toda fome

Que há no mundo

Se tudo passa com se explica

O amor que fica nessa parada

Amor que chega sem dar aviso

Não é preciso saber mais nada