Uma vez amei um pássaro louco
Uma vez amei um pássaro louco
Um rouxinol mudo como a morte
Que chegou inesperado uma noite
E injetou sangue em minhas veias
Cresci nas entranhas da loucura
Deste amor prostituto e sagrado
Sem ouvir a doce canção
De Heloísa para Abelardo
Plantei no campo desolado
De nosso improvável amor
A minha vida e a minha morte
Colho os frutos, nascem sem vida
- Nesta silenciosa guerra
Duram apenas o instante eterno