Coração Negro

As vezes ele morre... as vezes para...

Na maioria do tempo ele não acredita...

Como folha seca que cai de uma árvore, um dia teve vida...

Talvez não seja folha, talvez seja semente...

Mas para uma semente brotar é necessário alguns cuidados...

O vejo escuro, trancado e sem vida...

O sinto parado, fechado...

Como que empedrado.

Dizem que um carvão pode ser lapidado e virar diamante...

Nem nisso mais ele acredita.

Sofrimento machuca...

Falta de correspondência corrói..

E a incredulidade destrói...

As vezes uma cor da um sinal,

Mas não passa de arco iris,

Vem e vai embora...

Não há presença,

Não há vestígios de passado...

Não há sentido...

Como deixar colorir?

Se já não acredita?

Nunca houve correspondência entre cores!

Há sim uma cor viva,

Uma chama vermelha...

Amor de filha..

Amor de mãe..

Eterna, estandarte no peito!

Mas não se perde a esperança,

Não há de se perder as tonalidades,

Não há de se perder o fogo,

Muito menos a entrega.

Não há de se extinguir o desejo,

O qual de tão ardente,

Queima no peito!

Revela-se no olhar,

Nos cabelos...

Basta que saiba tocar,

Basta que saiba desatar,

Basta calor para degelar!

Basta ser criativo para pintar!

Colorir e desamarrar..

Liberar e encantar,

Como serpente se levantar...

E desfazer todos os laços possíveis,

E deixar esquecer o que um dia foi impossível de acontecer...