TÉRMINO...
Se, ainda, houvesse tempo
prá falar...
Perguntar por quê
isto está acontecendo...
Mas não há tempo...
Tudo acabou tão de repente...
Não houve tempo
prá se dizer "adeus"...
E não voltar...
Tudo acabou da forma
com que tinha começado:
Uma interrogação
imensa, sem sentido,
criando ou deformando,
eu não sei!...
Mas uma interrogação
indecifrável,
que ao mesmo tempo
é vazio e nos comove...
Que tudo nos tira,
mas que deixa a nostalgia.
Essa interrogação
que nos contempla, que nos olha,
só porque nós não a vemos...
Acabou...
Mas um dia isto acontece.
O finito ser humano,
também, morre...
Tudo acaba
e é bom que seja assim,
porque pior do que chegarmos a um fim
é sentir a nostalgia no princípio,
é viver a angústia da incerteza,
temendo a resilição por covardia,
ignorando o bem que faz a decisão!
(15/04/1970)