O PRIMEIRO AMOR

Meu primeiro amor que me amava de verdade

Que também foi amada, na mesma intensidade

Nosso amor de verão, de criança

Tantos sonhos, promessas, tantos sonhos vãos!

A imagem que ficou, uma flor no seu cabelo

Uma cesta de camponesa, você colhendo flores

Jamais entendi, o porque meu amor !

Os sonhos se foram, se a vida tinha tantas cores

Agora revejo os campos vazios

Uma outra realidade, outro momento

Se eu pudesse saber do bem que me fazias..

Talvez você pudesse voltar no tempo

Ainda me prendo aos pequenos detalhes

Cada um traz uma pontada no peito

Em cada pontada uma triste lembrança

Do amor para sempre desfeito

Vagando encontro o velho pé de Ipê

Não mais imponente, de galhos quebrados

Ao lado do pé de palma cortado, sem rosto

Seu nome no tronco desenhado

Ah aquelas flores pintando tudo de amarelo!

Eram elas o símbolo da nossa união

Quantas vezes você desenhou as palavras

"eu te amo" com elas no chão?

Embora hoje tudo sejam velhas marcas

De um longínquo passado

Imagino sentir o cheiro das flores

E o gosto do seu beijo molhado

Mas na verdade tenho na boca o gosto do sal

Das lágrimas que andam nas asas do vento

São elas que me trazem de volta à realidade

No colo ligeiro do despertar de um pensamento

Sei que tudo se foi e nada será como antes

Porque tudo é pó na famigerada estrada....

Se fecho os olhos, ainda vejo uma cesta de flores

Que você deixou na minha alma, abandonada!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 25/03/2007
Reeditado em 27/05/2017
Código do texto: T425800
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