Balada do Agosto sem fim

A brisa que bate nas flores do mês de agosto

E as folhas que tremem sob esta mesma brisa

Nada mais são do que lembranças, memórias

De como tudo se torna simples

E a vida se torna doce

No tempo que passamos juntos

O barulho das folhas sussurra uma canção

Que me enche de alegria e desânimo

Pois, quando essa canção toca,

Enquanto ela dá ritmo às batidas do meu coração,

Me parece que toda a beleza do mundo

Só serve para me lembrar da sua

Que quando as flores velhas e as folhas secas

Forram o chão do mês de agosto

É só para homenagear os seus passos;

E que quando o vento me faz sentir

O perfume dessa doce estação

É só para me fazer pensar no seu cheiro;

E que quando olho para todas essas coisas tão vivas

Tão presentes e tão sentimentais

É só para me lembrar que um dia morreremos

E que não seremos imortais o suficiente

Para, juntos, abraçados, podermos contemplar o fim

O fim, no momento em que não haverá mais flores,

Nem haverá estações e nem haverá o barulho das folhas

Ou a brisa que traz o seu perfume

E será tarde demais para contar o tempo

E nem mesmo será mais agosto

E nada disso fará diferença alguma no futuro

E restará somente a sensação

De que nada mais importaria além de nós

Gabriel Caetano
Enviado por Gabriel Caetano em 14/08/2005
Reeditado em 17/10/2008
Código do texto: T42599
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