ESSÊNCIA
Com um punhado de areia
Eu desenho um rosto inconsciente
Faço um pequeno castelo
Qual uma grande afluente
Que desmancha num sopro singelo
Num desmando inconseqüente
Ondas, senoidais e ecométricas
Se dilatam, quais ondas de fogo
Ondas de ferrugem e som de gaivotas
Que absorvem o meu sono
Lúgubres, soturnas, devotas
De um luar que não tem dono
Meu coração se entrega
Num instante de desvelo
Num solstício boreal
Austral e imaginário
Do meu sonho irreal
Repentino e ordinário
Vem! Dá-me tua mão!
E leva-me além de tua ausência
Leva as gaivotas como num funeral
E teu amor que se faz consciência
Leva a soturnidade áspera e austral
E deixa-me o eflúvio de tua essência