ESSÊNCIA

Com um punhado de areia

Eu desenho um rosto inconsciente

Faço um pequeno castelo

Qual uma grande afluente

Que desmancha num sopro singelo

Num desmando inconseqüente

Ondas, senoidais e ecométricas

Se dilatam, quais ondas de fogo

Ondas de ferrugem e som de gaivotas

Que absorvem o meu sono

Lúgubres, soturnas, devotas

De um luar que não tem dono

Meu coração se entrega

Num instante de desvelo

Num solstício boreal

Austral e imaginário

Do meu sonho irreal

Repentino e ordinário

Vem! Dá-me tua mão!

E leva-me além de tua ausência

Leva as gaivotas como num funeral

E teu amor que se faz consciência

Leva a soturnidade áspera e austral

E deixa-me o eflúvio de tua essência

jairomellis
Enviado por jairomellis em 26/03/2007
Código do texto: T426156
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