Eu sou palavras
Eu espalho meias palavras,
Inteiras em sua frase comedida
Sinceras em sua loucura final
Mudo a rota, caio nas curvas
Flutuo na escuridão
E planto sementes de algodão
Para beber a água salgada
Que jorra dos poros estreitos
Da minha razão
Minhas insanidades
Se confundem com meus olhos
E todos os abismos
São gritos dos meus horizontes
Eu espalho meias palavras
Quebradas em verdades inteiras
sem frases, sem rimas, sem beiras
Sem palavras inteiras