... QUILOMBO ...
Estou atada nas correntes do teu corpo
Sou cativa... sigo submissa... meu senhor
À luz do sol, sou estrela invisível, guiando o seu dia
À noite, cachoeira... te banhando em meu suor
Se me tens cativa, na senzala deste teu olhar
Por que o açoite noite adentro, se é teu os meus desejos?
Solta o meu coração... para poder pulsar
E deixa minha boca... te cobrir com beijos
Alforria minha alma desta servidão
Não irei fugir, o meu quilombo está aqui
Sou escrava do meu sentimento e da su'emoção
Corte então essa corrente, para eu te seguir
Só então eu poderei entrar neste teu paraíso
E conhecer cada partícula do seu coração
Me entregar como menina neste teu carinho
E me deixar ser conduzida pelas suas mãos.