Ritual


É neste ritual quase sagrado
perdido entre fantasmas e credos
que me despeço de ti

Neste ritual onde corpos vão embora
almas ficam a vagar no espaço
sem entender o porquê

Quase sagrado minha razão fica
bailando entre a saudade e a necessidade
de perder-te hoje para ter-te amanhã

Perdido entre o dever e o querer
me deixo levar pelos que me inflamam
a proclamar meu amor em vão

Fantasmas e credos se misturam
numa tendência à fuga desesperada
para um novo amanhã

Que agora entre lágrimas e risadas insanas
o ritual se faz na faina macabra
de olhos negros em busca do nada

Me despeço de ti rogando ao ser maior
minhas desculpas por agir como escroto
mesmo sabendo que todo poeta é louco

Jataí.GO
10.03.07