Insólito Marejar

Caia a noite, hoje bucólica...

Um verbo introspectivo chega da chuva

Regando canteiros e os seus jardins,

Ontem, enluarados pela viola do olhar!

Sob uma luz fraca riscos e rabisco

Deleitam-se, migram do poente lírico

Ao som insólito das liras, do silêncio

Dos lábios em conjunção com o outrem!

D’uma solidão mensurada por versos,

Dou-me as estas palavras inundadas

De cores, caminhos, flores e ardores,

Dignos d’um sonho poético cheio de amor!

Alforriado por uma mescla de mistérios

Poema e poesia surgem de um mesmo argumento,

Avesso que vem de dentro, de um pranto encantado,

Enfeitiçando o corpo, fantasiando cada sentir!

Pelo marejar do tempo

Sobre as areias da praia e a face embriagada

Por canduras e os raios de um farol,

Entrego-me em letras ao destino, de corpo e alma,

Ao aveludar perolado do sentimento!

20/06/2013

Porto Alegre - RS