OLHAR SENIL
Mãos cálidas, rosto rugoso sem osso.
Olhar senil, por traz alma linda juvenil.
Passados, experiências de moço.
Casado com o tempo funil.
Espantam logo cedo o medo do fim.
Dar passos curtos para viver sem pressa.
Olhar o nascer e o por do sol assim.
Andando devagar tremendo a beça.
Amando o presente e o passado somente.
Esmagando a esperança por mais tempo.
Procurando já cansados plantar semente.
Viver o momento sem meio-tempo.
Regar as hortênsias lentamente.
E esperar o tão próximo contratempo.