O Acaso Está no Saber

Saber querer o que plantar
Para colher o que semear
Então sou tempestade e perdão
Vento que transborda amor no coração

O acaso de ser sem hora sem tempos
Pertence mesmo ao senhor dos argumentos
Que saboreia os ventos e contratempos
Alimenta-se das nossas horas e movimentos

Sem fazer conta de nada contando tudo
Atrai e distrai em contemplativos tesouros
Em almas forjadas em ouro e escudo
Homens meninos reis e súditos

Desatino do acaso que faz tudo acontecer
Perceber os momentos e embriagar o ser
Interagir com o destino sem poder escolher
Escrever suas memórias e nunca esquecer

Ouvir a melhor música sem tocar
Sentir a melodia se embriagar e dançar
Abraçar o coração sem despedaçar
Movimentar os pés sem sair do lugar

O acaso também está em amar
Suplantar em sentimento o coração
Flutuar sem deixar o chão
Margear vias paralelas e caminhar

Respirar o mesmo ar que te serve
Sentir seu cheiro e me perfumar
Fechar os olhos e me ver em você
Abrir os olhos e continuar a sonhar

O acaso de ser e saber
É poder sonhar...